Olá, eu sou a Vanessa


e vou-te contar uma história...
Eu comecei como muitas outras antes de mim: com uma ânsia de mudar o mundo ao meu redor e ver-me representada dele. Tudo começou com um sonho. Com um princípio.
Inspirei-me para criar os walking tours feministas, porque percebi que havia uma narrativa negligenciada no turismo português. Poucos passeios destacam as figuras femininas, focando-se apenas nos grandes homens e nos seus feitos. Historicamente, isto não é novidade: o espaço público sempre foi dominado por homens.
Essa constatação deixou-me inquieta. E não fosse a minha alma inquieta!
Mas, em vez de resignar-me, decidi agir. Quis criar algo importante, relevante - um mundo onde a mulher se vê representada na História e no Património Cultural.
Com entusiasmo e com um sentido de investigadora entranhado em mim, mergulhei na pesquisa. E fiquei fascinada com a quantidade de mulheres extraordinárias que encontrei pelo caminho.
As pessoas precisam de conhecer estas histórias, especialmente as mulheres! - este pensamento pulsava na minha mente quase como uma missão.
Espero sinceramente que os meus passeios façam a diferença na vida das pessoas. Que as inspirem, que as ensinem e que as empoderem. As histórias têm um poder incrível de transformar a nossa visão do mundo, de nos conectar com o passado e de nos lembrar que nunca estivemos - nem estamos - sozinhas-
Eles são guiados e feitos por mim!
Lisboa é uma cidade apaixonante. Tem uma luz que nos arrebata, e espero que os meus passeios feministas enriqueçam o turismo com novos olhares, mostrando que as mulheres impactaram a cidade e a sua cultura.
O mesmo vale para todas as cidades e lugares de Portugal, porque, sejamos honestas: a História, o Património e os Lugares também se escrevem no feminino.
Sou uma eterna apaixonada pela mulher, pela sua história e pelo património que ajudou a construir. E, porque não, trazer para a rua a sua vivência? Afinal, a cidade foi o palco da sua emancipação, onde as mulheres ultrapassaram as barreiras do espaço privado e deixaram a sua marca na História.
Factos que nos fazem pensar:
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Portugal teve apenas uma mulher primeira-ministra e duas rainhas reinantes.
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A primeira mulher portuguesa votou em 1911, mas o voto livre só chegou em 1974.
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O fado nasceu de Maria Severa e foi levado ao mundo por Amália Rodrigues.
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Rosa Ramalho é, para mim, a mãe do artesanato português.
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Apenas 5% das ruas de Lisboa têm nomes femininos, e a maioria das estátuas e monumentos homenageiam homens.
Ao longo da História, as mulheres foram frequentemente marginalizadas, sexualizadas e objectificadas. Raramente foram reconhecidas pelas suas próprias realizações. No passado, as mulheres eram invisíveis.
E agora, pergunto: E a mulher? Onde está ela? O que foi feito dela? O que Lisboa foi para elas?
Não está na hora de ouvirmos as suas vozes?
Fragmentos da minha história
~ escrevo poesia e tenho vários poemas espalhados por cadernos e folhas soltas.
~ já trabalhei num jornal, vocacionado para o turismo, e adorei a experiência.
~ sou licenciada em gestão de atividades turísticas e mestra em património cultural.
~ se pudesse viajar no tempo, gostaria de conversar com Natália Correia, Florbela Espanca e Jane Austen.
~ outono, café, livros e os meus animais definem quem sou quando estou em casa.


Valores
~ Autenticidade: criar experiências genuínas e únicas.
~Empoderamento: valorizar e amplificar a história das mulheres.
~Sustentabilidade: promover um turismo cultural mais lento e consciente.