Uma das coisas que mais gosto de fazer em Lisboa é contemplar os azulejos. Esta arte, que tem origem no árabe "azzelij" e significa pedra polida, é uma marca identitária portuguesa, especialmente presente na cor azul. Em Lisboa, os azulejos contam histórias e memórias de tempos passados.
A origem dos azulejos em Portugal
Embora com origens árabes, os azulejos chegaram a Portugal por volta de 1498, trazidos pelo rei D. Manuel I após uma visita a Espanha. Os primeiros exemplares, chamados Hispano-mouriscos, vieram de Sevilha. A partir de 1560, Lisboa tornou-se numa oficina de olaria que fabricava azulejos segundo a técnica de faiança.
Evolução e importância dos azulejos ao longo dos séculos
Durante o reinado de D. João V, o azulejo sofreu algumas alterações, adotando influências da talha barroca e sendo utilizado em igrejas, palácios, casas da burguesia, e jardins. O azulejo português atingiu o seu auge como um símbolo de distinção social.
Impacto do terramoto de 1755 nos azulejos de lisboa
Após o terramoto de 1755, os azulejos tornaram-se ainda mais populares em Lisboa por três razões: tinham um baixo custo de produção, eram impermeáveis e contribuíam para a estética da cidade. Muitos painéis de azulejos passaram a incluir imagens de santos como proteção contra desastres naturais.
Azulejos: A Banda Desenhada do Passado
Sabias que os azulejos são uma forma de banda desenhada mais antiga em Portugal? Muitas igrejas usavam esta arte para contar histórias dos santos e fazer relatos bíblicos.
Integração dos azulejos na arquitetura do século XIX
A partir do século XIX, os azulejos começaram a integrar-se com a arquitetura, originando edifícios belíssimos. No século XX, este património português entrou nas estações ferroviárias e de metro. Um grande exemplo é a estação de São Bento, no Porto.
Os Melhores locais para ver azulejos em Lisboa
Museu Nacional do Azulejo
Os azulejos portugueses são fascinantes só de olhar, mas ficam ainda mais cativantes quando conhecemos a sua história e importância. O Museu Nacional do Azulejo é o templo desta arte, localizado no antigo convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela Rainha D. Leonor. O museu apresenta uma viagem pela história do azulejo desde o século XV até à atualidade, incluindo uma imagem de Lisboa anterior a 1755 feita com 1300 azulejos tradicionais de cor azul e branca.
Bairro da Graça
O bairro da Graça é um dos meus favoritos, com fachadas decoradas por azulejos belíssimos. Destaca-se a Vila Operária Villa Sousa e o interior da Igreja da Graça, que possui azulejos dos séculos XVI, XVII e XVIII. O museu pode ser visitado de terça-feira a domingo e a entrada é gratuita para residentes em Portugal aos domingos e feriados.
Mosteiro de São Vicente de Fora
Em Alfama, o Mosteiro de São Vicente de Fora alberga uma das maiores coleções de azulejos do mundo, com cerca de 100 mil exemplares do século XVII. A entrada tem um valor de 8 €, sendo gratuita para residentes em Portugal no 1.º domingo de cada mês.
Fábrica Viúva Lamego
Esta antiga fábrica de azulejos e olaria, situada no Largo do Intendente, exibe um grande painel de azulejos na fachada, classificado como Imóvel de Interesse Público. No interior, podes comprar azulejos, encomendar modelos históricos ou personalizados.
Estações de Metro de Lisboa
O metro de Lisboa também serve de museu para os azulejos portugueses. As primeiras estações, abertas em 1959, foram decoradas pela pintora Maria Keil, pioneira na Arte Pública. As suas obras podem ser admiradas em estações como Parque, Areeiro, Roma, Alvalade, Alameda, Anjos, e Campo Pequeno.
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