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A importância da História das Mulheres na sociedade

Atualizado: 23 de set.


três mulheres com chapéus

A história tem sido dominantemente escrita sob a perspetiva masculina, marginalizando a participação e contribuição das mulheres ao longo dos séculos. Esta invisibilidade tem causado um desequilíbrio democrático, destacando a necessidade de questionar: “Para que serve a história das mulheres?”


O direito a lembrar e o direito à memória afirmam-se como uma principal reivindicação das mulheres.


Narrar a história das mulheres é romper o silêncio. Afirmar a sua cidadania ativa na sociedade. É revelar o seu papel e ação. Ao examinar a evolução humana desde a pré-história, é essencial olhar para expressões culturais como a arte, literatura e leis para compreender a condição feminina na sociedade.


Em Portugal, por exemplo, a compreensão da mulher medieval requer uma análise cuidadosa dos textos do cronista Fernão Lopes. É evidente que ao longo história, as mulheres foram excluídas da narrativa histórica, tornando-se, de certa forma, sujeitos a-históricos.


Invisibilidade das mulheres na história


Quando mencionadas, as mulheres muitas vezes eram retratadas de maneira distorcida e, quase sempre, culpabilizadas pelo desenrolar dos eventos históricos.


Sustentava-se a crença de que a mulher tinha-se desviado do seu papel de mulher: mãe e esposa. Isto é, tinha quebrado as regras estabelecidas.


Exemplo de distorção da imagem da mulher


A imagem da famosa Rainha Cleópatra é um exemplo claro da manipulação e distorção feminina.

Cleópatra, a última rainha do Egito, foi rotulada como sedutora e traidora, quando, na verdade, era uma mulher emancipada e culta, cujas habilidades políticas eram notáveis.



Cleópatra representada numa pedra egípcia

Ela cresceu numa sociedade onde os modelos do papel feminino eram poderosos, visto que as mulheres do Antigo Egito tinham muitas liberdades: podiam pedir o divórcio, gerir os seus próprios bens e ocupar cargos importantes.


Não é expetável que alguém como a Rainha Cleópatra fosse vista como perigosa ou manipuladora nas sociedades mais conservadoras.


Por fim, a rainha sabia falar 8 idiomas e foi responsável pela escrita das suas próprias receitas de medicina e cosmética.





A representação feminina na história


O ideal feminino foi moldado a partir de uma visão predominantemente masculina, com figuras notáveis de diversas épocas influenciando essa perspetiva.


Por um lado, Jean-Jacques Rousseau, renomeado filósofo, defendia a ideia de que a mulher deveria desempenhar um papel submisso, sendo uma companhia amável para o homem e dedicando-se às virtudes da vida doméstica.


Por outro lado, Aristóteles, também um influente filósofo, possuía uma visão peculiar sobre as mulheres. Para ele, as mulheres eram consideradas como falhas da natureza, comparadas a homens incompletos por falta de esperma. Esta visão perpetuava a ideia de que as mulheres eram mais fracas, enquanto os homens eram considerados mais fortes e superiores.


As repercussões das opiniões proeminentes da época tiveram um impacto significativo no destino das mulheres, evidenciando-se em consequências palpáveis ao longo da história.


É crucial destacar que, biologicamente, homens e mulheres são distintos. No entanto, embora os dados biológicos sejam de extrema importância, eles não justificam a subordinação e opressão da mulher na sociedade. Neste contexto, recomendo a leitura da obra "O Segundo Sexo" de Simone de Beauvoir.


Essa mentalidade resultou na construção de uma narrativa histórica que predominantemente focava os grandes eventos públicos sob a perspetiva masculina.


Qual é a relevância da História das Mulheres?


No século XX, as mulheres começaram a questionar a sua representação histórica, indagando sobre a sua identidade, contribuições e importância na história. Essa reflexão levou ao reconhecimento da importância e do propósito da História das Mulheres.


A resposta é mais simples do que parece:

  • Dar voz às mulheres

  • Reintegrá-las no contexto histórico

  • Torná-las objeto de estudo e sujeitos ativos na história, além de destacar as suas realizações

Quadro com frase escrita. Lê-se Well Behaved women rarely make history


Compreender verdadeiramente o papel das mulheres na história requer estudá-las, contextualizá-las e honrar as suas contribuições.

Como disse a historiadora Laurel Thatcher Ulrian, "As mulheres bem comportadas não aparecem na história". É essencial lembrar a necessidades de reconhecer e honrar as mulheres na sua plenitude na história.


Lembra-te, sempre houve um processo histórico. E a mulher sempre fez parte dele.




Até breve!


Assinatura da autora. Lê-se Vanessa.

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